Oh! Noite, moça morena
Negra e dengosa donzela
Dos astros vem o teu brilho
Dos contrastes, a beleza
Que ornamenta a primavera
De um quebra-luz, a penumbra
Num azul de escuro céu
Na transparência se expande
Em variantes texturas
De pardo e exótico painel
Firmamento, os pontos mágicos
Quais serpentinas
brilhantes
Mistura excêntrica de cores
Aformoseia os reflexos
De uma paisagem excitante
Do bailado das estrelas
És o palco principal
Que emociona e fascina
O majestoso espetáculo
Do universo sideral
No teu cendrado espaço
Luzente é a constelação
Que embelece com magia
Lírica e noturna alquimia
Suprema ornamentação
Na cortina de mistérios
Onde escondes mil disfarces
Cometas fúlgidos são lágrimas
Quando a tristeza deságua
O pranto por tuas faces
Tua morenice brejeira
Em raios luzentes, flutua
Voa do céu, se reflete
Em sombras plúmbeas se mostra
Nas poças d'água da rua
Dos amantes, és comparsa
Conselheira e companhia
Nas chamas de um sol brilhante
Tua irmã, a madrugada
Vem e te transforma em dia
Do céu claro, a noite griz
Abrota lúdica canção
E as estrelas bailarinas
Com os astros dançam, febris
Em sedutora paixão
Na solidão do teu manto
Raios de prata da lua
Te bronzeiam , nos deslumbram
Oh, magna e bela morena
És linda, vestida ou nua ...